Desaparecido
Procura-se uma criança
Quem a procura é um velho
Não foi a criança que se perdeu
Foi o velho que a deixou
Na época ainda era moço
Achava que podia tudo
E que a criança tomava seu tempo
Que, sem ela, ele seria mais forte
Queria deixar pra trás suas fraquezas
e enfrentar o mundo sem medo
Achava-se forte, achava-se muito forte
Tinha todas as armas para nunca mais chorar
"Choro é coisa de criança"
Acreditou que podia viver sem tristeza
E que alegria se comprava pronta
Mas o tempo passou
Suas armas falharam
Todas elas
Hoje o velho chora sozinho
Pede socorro, sabe quem poderia salvá-lo
Mas não consegue mais achar a criança perdida dentro de si
Quem a procura é um velho
Não foi a criança que se perdeu
Foi o velho que a deixou
Na época ainda era moço
Achava que podia tudo
E que a criança tomava seu tempo
Que, sem ela, ele seria mais forte
Queria deixar pra trás suas fraquezas
e enfrentar o mundo sem medo
Achava-se forte, achava-se muito forte
Tinha todas as armas para nunca mais chorar
"Choro é coisa de criança"
Acreditou que podia viver sem tristeza
E que alegria se comprava pronta
Mas o tempo passou
Suas armas falharam
Todas elas
Hoje o velho chora sozinho
Pede socorro, sabe quem poderia salvá-lo
Mas não consegue mais achar a criança perdida dentro de si
Por isso é que o amor é fundamental ou... o cheiro de flor de laranjeira.
ResponderExcluirUm abraço comovido da sua sempre admiradora,
Wanda Rodrigues
Bom domingo!
ExcluirEsse belo poema me fez lembrar um dos 1º livros que li, "Os belos contos da eterna infância".
ResponderExcluirHoje o dia me convida a ler um bom livro deitado na rede que coloquei na sala.
Mais uma vez, deixarei a TV de lado.
Cury
Sabia escolha.
ExcluirBelo poema. Considero a poesia como necessidade da alma , pelo menos da que precisa, conscientemente, de transcendência. Refiro-me aos verdadeiros poetas, aos que nasceram com este dom, os escolhidos das Musas, afinal, segundo Platão, o grande poeta é porta-voz de um Deus.
ExcluirAto contínuo, à guisa de compatilhar e , na minha desimportante conceituação, um Mário Quintana e um Baudelaire, nesta ordem, dão conta demais da conta, né???
”Os poemas são pássaros que chegam não se sabe de onde e pousam no livro que lês. Quando fechas o livro, eles alçam voo como de um alçapão. Eles não têm pouso nem porto; alimentam-se um instante em cada par de mãos e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias, no maravilhado espanto de saberes que o alimento deles já estava em ti...”
"É preciso estar sempre embriagado. Eis aí tudo: é a única questão. Para não sentirdes o horrível fardo do Tempo que rompe os vossos ombros e vos inclina para o chão, é preciso embriagar-vos sem trégua.
Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa maneira. Mas embriagai-vos.
E se, alguma vez, nos degraus de um palácio, sobre a grama verde de um precipício, na solidão morna do vosso quarto, vós acordardes, a embriaguez já diminuída ou desaparecida, perguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que foge, a tudo que geme, a tudo que anda, a tudo que canta, a tudo que fala, perguntai que horas são; e o vento, a onda, a estrela, o pássaro, o relógio, responder-vos-ão: 'É hora de embriagar-vos! Para não serdes os escravos martirizados do Tempo, embriagai-vos: embriagai-vos sem cessar! De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa maneira'."
Marcos Lúcio
Belo Quintana.
ExcluirComo foi dito acima, belo poema. É desses que gosto de reler. Também gostaria de permissão para salvar e repassa-lo.
ResponderExcluirBom domingo.
Sergio.
À vontade.
ExcluirLindo poema, porém muito triste. Y.R.
ResponderExcluirTristeza também faz parte da vida...
ExcluirAliás..."A felicidade perderia seu significado se la não fosse equilibrada pela tristeza".
ExcluirCarl Jung
Alguém já citou o Quintana, mas foi exatamente nele que pensei quando li o poema.
ResponderExcluirPensei também que tristeza e solidão são ponto e vírgula para os grandes poetas.
E que o velho vai encontrar a criança assim que colocar seus óculos de raios x.
Poema (Mario Quintana)
Oh! aquele menininho que dizia
"Fessora, eu posso ir lá fora?"
Mas apenas ficava um momento
Bebendo o vento azul...
Agora não precisa pedir licença a ninguém
Mesmo porque não existe paisagem lá fora
Somente cimento
O vento não mais me fareja a face como a de um cão amigo
Mas o azul irreversível persiste em meus olhos.
ARM
Quando morremos a criança que nos existe, a vida torna-se sombria. Sem GRAÇA.
ResponderExcluirO poema é muito bonito. Naturalmente triste.
ANTONIO CARLOS
Simplesmente, lindo
ResponderExcluirBj, denise coutinho
lembrei dessa música
ResponderExcluirBola de Meia, Bola de Gude
Milton Nascimento
Há um menino, há um moleque
Orando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem pra me dar a mão
Há um passado no meu presente
O sol bem quente lá no meu quintal
Toda vez que a bruxa me assombra
O menino me dá a mão
Ele fala de coisas bonitas que
Eu acredito que não deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito
Caráter, bondade, alegria e amor
Pois não posso, não devo
Não quero…
Bola de Meia, Bola de Gude
ResponderExcluirMilton Nascimento
Há um menino, há um moleque
Orando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem pra me dar a mão
Há um passado no meu presente
O sol bem quente lá no meu quintal
Toda vez que a bruxa me assombra
O menino me dá a mão
Ele fala de coisas bonitas que
Eu acredito que não deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito
Caráter, bondade, alegria e amor
Pois não posso, não devo
Não quero viver como toda essa gente insiste em viver
Não posso aceitar sossegado
Qualquer sacanagem ser coisa normal
Bola de meia, bola de gude
O solidário não quer solidão
Toda vez que a tristeza me
Alcança o menino me dá a mão
Compositores: Fernando Brant / Milton Nascimento