Regue as pessoas
O senso crítico tem dois lados.
Um deles é o mais conhecido e usado. É aquele que reclama, que reivindica, que buzina, que avisa que estão pisando no nosso calo.
Não confundir com maledicência, que é o senso crítico esquizofrênico, tão cultuado nas rodas de fofoca e nos programas vespertinos da TV.
O outro lado do verdadeiro senso crítico é, para mim, o mais nobre. É aquele que desperta o elogio, o reconhecimento.
Hoje em dia, as pessoas têm uma dificuldade imensa de dar asas a esse estado fraterno. Talvez, pela competitividade em que vivemos. Ou pode ser pelo risco de o elogiado ficar convencido, mas... a vaidade é do ser humano, releva-se e ela logo cai por terra.
Eu nunca economizo elogios. Vejo que faz bem ao outro e, por tabela, à sociedade, porque quem é elogiado sente mais confiança para elogiar e assim formar uma cadeia positivista.
Como uma planta que foi regada, ele fica mais forte.
Os feitos e ações nobres deveriam ter tanta propaganda quanto as tragédias e atrocidades. Mas os bons são maioria silenciosa e por isso o bem não dá muita audiência.
Uma criança criada com elogios é mais auto-confiante, tem mais autoestima, não cresce na neurose do medo de lhe apontarem o dedo.
Além do mais, elogiar faz bem a quem elogia, deixa a alma mais leve e reforça o sentimento de que nem tudo está perdido.
Um deles é o mais conhecido e usado. É aquele que reclama, que reivindica, que buzina, que avisa que estão pisando no nosso calo.
Não confundir com maledicência, que é o senso crítico esquizofrênico, tão cultuado nas rodas de fofoca e nos programas vespertinos da TV.
O outro lado do verdadeiro senso crítico é, para mim, o mais nobre. É aquele que desperta o elogio, o reconhecimento.
Hoje em dia, as pessoas têm uma dificuldade imensa de dar asas a esse estado fraterno. Talvez, pela competitividade em que vivemos. Ou pode ser pelo risco de o elogiado ficar convencido, mas... a vaidade é do ser humano, releva-se e ela logo cai por terra.
Eu nunca economizo elogios. Vejo que faz bem ao outro e, por tabela, à sociedade, porque quem é elogiado sente mais confiança para elogiar e assim formar uma cadeia positivista.
Como uma planta que foi regada, ele fica mais forte.
Os feitos e ações nobres deveriam ter tanta propaganda quanto as tragédias e atrocidades. Mas os bons são maioria silenciosa e por isso o bem não dá muita audiência.
Uma criança criada com elogios é mais auto-confiante, tem mais autoestima, não cresce na neurose do medo de lhe apontarem o dedo.
Além do mais, elogiar faz bem a quem elogia, deixa a alma mais leve e reforça o sentimento de que nem tudo está perdido.
Valeu, Caymmi! |
PEDRO
ResponderExcluirPOR FALAR EM ELOGIO,QUERO ELOGIAR OSWALDO MONTENEGRO,PORQUE FOI ATRAVÉS DELE QUE AS MÚSICAS DE GRANDES COMPOSITORES BRASILEIROS COMO DORIVAL CAYMMI.À SEU BLOG E TODOS CARIOCAS DE BOM SENSO QUE NÃO DESISTE DO RIO. ESTOU FORA DO BRASIL À 12 ANOS E CADA VEZ QUE VEJO O RIO NA TELA DO CINEMA OU EM QUALQUER FOTOGRAFIA, ENCHE MINHA ALMA DE ALEGRIA AO SABER QUE AQUELE LUGAR QUE ESTÁ NA TELA EXISTE DE VERDADE . O RIO VAI SE LEVANTAR E VOLTARÁ A SER UM EXEMPLO DE CIDADE PARA O BRASIL.
O título parece até que foi extraído de uma dessas palestras motivacionais: "Regue as pessoas". Mas a iniciativa da abordagem é digna de elogio.
ResponderExcluirO fato é que o cronista tem razão. É muito mais comum apontar o dedo, que bater palma. O elogio sincero, desinteressado, é difícil e pouco cultivado. Há espaço para cobrar e pressionar por resultados, para que as metas sejam alcançadas, afinal o acionista deve continuar feliz e rico, mas muito pouco para reconhecer o esforço e o empenho, principalmente daqueles que estão na base da pirâmide.
Os olhos estão mais atentos para as marcas do tempo, que os ouvidos para as sábias lições deixadas por ele. Boletim nota 10 é elogio garantido, mas quando dá 6,5, ficar de castigo é prêmio. Às vezes, 6,5 foi o melhor que se pôde naquele momento.
Me lembrei das “torradas queimadas” de um e-mail que recebi essa semana.
A esposa serve o lanche como de costume, mas as torradas servidas estão queimadas. Sabendo do dia de cão da mulher, o marido pega uma das torradas, passa manteiga e geleia e a saboreia como se fosse a torrada mais perfeita já provada e diz:
- que torrada deliciosa!
O menino olha a cesta de torradas queimadas e encorajado pelo pai, segue com o lanche.
Mais tarde, no quarto do menino, ele pergunta:
- pai, o senhor achou mesmo deliciosa a torrada queimada feita pela mamãe na tarde de hoje?
O pai, encarando-o, responde:
- Filho, sua mãe sempre faz torradas maravilhosas, mas hoje torrada queimada foi tudo que ela conseguiu fazer depois de um dia difícil e cheio de aborrecimentos no trabalho. Porém, mesmo com tantos problemas, ela ainda reuniu forças para nos servir uma refeição e matar a nossa fome. Elogiar foi a forma que encontrei para reconhecer seu esforço e agradecer seu carinho por nós.
Assim, quero me juntar a você em favor do elogio, dizendo:
Elogiar é também um ato de amor.
Gostei da leitura do texto,principalmente do final
ResponderExcluirque você se refere às crianças. Eu tenho uma filha de 6 anos para criar,então preciso cuidar da auto-estima dela.
Sergio
Mauro Pires de Amorim.
ResponderExcluirConcordo plenamente com você e também acho que quando a pessoa faz por merecer elogios, tem mais é que recebê-los. No entanto, também percebo que não é muito comum tal prática e como você mesmo disse, certamente isso se dá em função da maioria das pessoas viverem em estado de alerta constante de competitividade e inveja umas com as outras, bem no estilo de não botar azeitona na empada de ninguém e muito menos colocar sardinha na brasa do outro. É em função desse sentimento, que na verdade nua e crua, contamos nos dedos o número de pessoas com quem podemos realmente contar ao longo da vida para serem sinceras, verdadeiras e geralmente, a maioria numérica dessas pessoas são nossos parentes, mas mesmo assim, entre nossos parentes, existem os que tem personalidade constante armada de competitividade, inveja e que aproveitam qualquer situação ou evento para acionarem esse seu lado. Quanto aos que não são nossos parentes, ainda conseguimos evitar ao máximo o contato, deixando-o no nível do estritamente necessário e objetivo. Mesmo com nossos parentes constantemente competitivos e invejosos, podemos fazer o mesmo, mas no entanto, por serem nossos parentes, ficamos sujeitos à situações e eventos familiares e consequentemente o contato. Penso que o que ajuda-nos à suportar e lidar com essas pessoas de personalidade constantemente competitiva e invejosa é nossa consciência de que elas são assim e para poupar-nos de dessa nuance de sua personalidade, acabamos sendo estritamente necessários e objetivos.
Felicidades e boas energias.
Mauro Pires de Amorim.
ResponderExcluirComo em meu comentário anterior estou referindo-me à pessoas constantemente competitivas e invejosas, lembrei-me de um filme chamado "Amor por Contrato", que passou há cerca de 2 semanas no canal 061 ou 561 em HD, Telecine Premium da Net. O enrredo do filme é o seguinte. Grande empresa distribuidora de bens de consumo de alta qualidade e tecnologia para os melhores comércios de cada ramo, cria uma família fictícia composta de seus funcionários, com pai e mãe, aproximadamente na faixa dos 40 anos de idade e casal de filhos adolescentes, na faixa entre os 16, 18 anos e instala-os numa casa num desses subúrbios de cidade norteamericana, destinado à classe média alta, como se fosse uma família como outra qualquer que acabou de mudar-se para aquela localidade. O objetivo da grande empresa distribuidora de bens de consumo de alta qualidade e tecnologia e patroa dessa "família" é fazer com que os membros dessa "família" integrem-se à comunidade, participando das atividades sociais e normais daquela vizinhança, mas de modo que ao participarem das atividades sociais e normais da vizinhança, exibissem convenientemente os produtos de alta qualidade e tecnologia que sua empresa e empregador distribuí nas variadas lojas de cada ramo específico de comércio, afim de instigarem o consumo, a inveja e a competividade nas demais famílias reais da vizinhança, numa estratégia de propaganda indireta de cada produto específico, conforme a ocasião conveniente. Então como propaganda inicial e estratégia de introdução na vizinhança de classe média alta, a família fictícia resolve dar uma reunião, com bufê, abrindo e exibindo sua casa à vizinhança. Durante essa reunião, os móveis, os congelados do bufê, os cosméticos, os eletrodomésticos, os automóveis, os celulares, as ferramentas de garagem, a mangueira de jardim, o cortador de gramas, enfim, tudo é exibido convenientemente aos vizinhos por cada membro da família especificamente, de acordo com a faixa etária e sexo, tendo a reunião de apresentação dessa família fictícia como evento de escamoteamento de marketing indireto. Pois bem, ao longo do filme, aumenta cada vez mais a personalidade consumista, a competitividade e a inveja na vizinhança e nas famílias reais. Claro que isso não poderia acabar bem, mas o resto do filme não vou contar para não estragar a surpresa de quem se interessar em assisti-lo.
Mais uma vez, felicidades e boas energias.
parabéns pela matéria do acredite se quiser...
ResponderExcluirValeu, Adriana e Emerson.
ResponderExcluirÓtima abordagem e jamais poupo elogios _somente para merecidores, e desapegadamente_ pois como disse Elis, só os bons se reconhecem (aqui faltou, propositadamente ,modéstia rars...). Por outra ótica ou abordagem, como os seres humanos resistem a (quase)tudo, menos aos elogios...reproduzirei_adoro compartilhar_ esta história que desconheço autoria.
ResponderExcluirPuxa-sacos
Eu tinha meus dez anos e estava visitando o meu avô no seu gabinete.
Estantes cheias de livros, móveis de couro, muita madeira e um gentil senhor de barba branca curta e olhos claros que me recebia muito bem. Aquele lugar era um paraíso para mim.
Essa era a minha impressão, embora houvesse quem reclamasse do sujeito ranzinza que vivia enfiado no meio dos seus livros, afastado dos outros.
Seja como for, naquele dia eu fui perguntando, depois de o cumprimentar:
- Vô, no outro dia o Pai estava furioso com um puxa-saco lá do trabalho dele. De onde veio essa palavra?
- Ele estava então reclamando de uma das maiores pestes da humanidade, que existe desde as épocas em que surgiu o primeiro troglodita a dizer que o chefe era realmente o maioral da caverna e que todos deveriam obedecer a ele.
Puxa-saco parece vir da época do Brasil Colônia, quando os oficiais do Exército, ao serem transferidos para outra cidade, chegavam levando os seus pertences num saco de pano. Quando estavam procurando um lugar para pousar, sempre aparecia alguém querendo pegar o saco para ajudá-los, de olho na gorjeta ou em qualquer benefício.
- Que gente, hein, Vô?
- E existem aos montes. Inclusive têm vários nomes. Por exemplo, bajulador, que curiosamente – ou não – se liga também ao ato de levar bagagem alheia.
Essa palavra vem do Latim bajulare, de bajulus, “o que leva a carga para outro, mensageiro”.
(...)
A técnica básica dessa gente é elogiar os que mandam. Esta palavra vem do Grego eulogia, “elogio”, literalmente “falar bem de”. Forma-se por eu-, “bem”, mais logia, “falar”, do verbo logein, de logos, “discurso, fala”.
Eles nunca se cansam de dizer quanto os chefes são maravilhosos, como são superiores, como são fabulosos… E vão lucrando, se os seus alvos não souberem ser modestos e acreditarem que aquilo é verdade.
Ter modéstia é uma maneira de se proteger contra as ações dos puxa-sacos.
(...)
Enfim, os puxa-sacos vivem adulando. Esta palavra vem do Latim adulare, “lisonjear, afagar”. Primeiro parece que este verbo se aplicava aos afagos feitos num cão, depois aos que este fazia no dono, abanando o rabo e se mostrando contente mesmo quando não fosse bem tratado. A imagem é muito apropriada.
- E esse lisonjear, o que é?
- É o mesmo que adular, elogiar. Vem do Latim laudemia, de laudare, “louvar, elogiar”, de laus, “fama, elogio”.
Há que distinguir entre uma verdadeira gentileza e uma intervenção com segundas intenções.
- Os outros não são assim, Vô?
- Sábia pergunta, neto. Acho que estas características são humanas e não só de um ou outro país. Isso me lembra que os ingleses até têm uma expressão interessante: yes-man, ou seja, aquele que sempre diz “sim” ao que o patrão afirma.
Falando em outros povos, posso citar o que o povo romano dizia em outros tempos: obsequium amicos, veritas odium parit: “a adulação consegue amigos, a verdade inimigos”.
Eles sabiam que há maior dificuldade para se entender com as pessoas usando apenas a verdade.
Mas também sabiam que veritas filia temporis, “a verdade é filha do tempo”. Ou seja, que o decorrer do tempo acaba revelando a realidade e deixando os bajuladores expostos.
Mas agora chega de tanta seriedade, ainda mais que você é tão jovem. Escute aqui: dê uma chegada até à cozinha e puxe o saco da sua avó para ver que lanche a gente consegue lucrar com isso.
É exatamente isso, Marcos. Abraço
ResponderExcluirDesculpe voltar à questão, primeiro, corrigindo erro de digitação no comentário anterior:merecedores.Esqueci-me de umas das observações mais sensatas que conheço, sobre a arte de elogiar, coisa que os realmente elogiáveis sabem fazer bem. Certa ocasião, a talentosíssmia atriz Beatriz Segall estava sendo entrveistada e, ao ser perguntada sobre o que pensava a respeito de aplausos e elogios...ela não titubeou: DEPENDE DE QUEM OS FAZ...quanto mais respeitável ou prestigiado o crítico, mais respeito sua crítica. Supimpa, não? Abraço.
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