Das profundezas

A primeira vez foi em Florianópolis, na praia de Jurerê que ainda não tinha se transformado nessa aberração brega e caótica chamada de Jurerê Internacional.

A praia era um descampado de pequenos montes de areia branca e vegetação rasteira alternada com alamedas de eucalíptos. Havia poucas casas e um arrastão puxado do mar todas as tardes pelos pescadores.


Fiquei fascinado ao ver a riqueza e a diversidade da fauna que habita o fundo do oceano. Até então, meu único contato com as profundezas fora no seriado Nacional Kid, quando o super-herói japonês efrentava os terríveis seres abissais.


Em Jurerê, vinha de tudo na rede; de estrela do mar a caranguejo, de cavalo marinho a cação. Lembro que eu até ajudei a puxar o arrastão uma vez, contribuindo decisivamente para o sucesso da empreitada com meu físico esquálido de 10 anos de idade.


Talvez por força daquela experiência marcante, sempre paro nas peixarias para ver o que a maré nos trouxe.


Hoje, vi uma garoupa gigante no Posto 6.



A vendedora calculava uns 25 quilos. Só a beiçola deve pesar 300 gramas

Grande coisa, já vi na mesma bancada até tubarão.



Direto do cinema americano...

Crianças, não vejam a próxima foto. É de uma enguia assustadora capturada no Arpoador. Imagine a banca que o cara do arpão estava botando na areia para as popozudas, Tinha um monte de amiga do Adriano olhando embasbacada. "Ai, como era grande!"



Essa, nem Mike Nelson e nem Namor enfrentariam

Tá com obra em casa? Tem martelo aqui de sobra. E, se for romântico, uma viola no alto da foto. Esses dois mais chatos, o velhinho me disse que chamam-se Tamboril, mas eu acho que o corôa estava curtindo com a minha cara... tenho essa desconfiança...



Haja prego

Mas nem todos caem na rede. Tem uns que nadam, nadam e morrem na praia, o que, no fim das contas, dá no mesmo.



Bela pose para a posteridade

E, para finalizar, uma foto turística de um peixe que veio de longe para conhecer o Rio de Janeiro. Gostou.



Olha o passarinho!

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Comentários

  1. Tamboril é o nome bonito, recentemente adotado nos restaurantes, para o velho peixe-sapo. Imagina a cara da madame ao saber que aquele peixe branquinho, "molenguento" e caro, se chama....

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  2. Seu texto me fez lembrar um lugar que gosto muito e frequento desde meus 12 anos, e já "puxei muita rede" também,onde acontece a pesca até hoje, da mesma forma artesanal.Em Arraial do Cabo ,na Praia Grande.É uma delícia !Acredito que você conheça ,não?
    Sempre fujo pra lá em Janeiro e fins de semana fora de temporada para dar uma relaxada,pois nos feriadões não dá , fica lotado !

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  3. Oi, Teresa, estive em Arraial uma vez só, num carnaval nos anos 80, se não me engano. Só me lembro que tentei aprender a surfar naaueles dias...

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  4. Adoreeeeei as fotos! Estão sensacionais! A do coitado que nadou e morreu na praia merece um prêmio. Mas acho uma pena tirar do mar um peixe como a garoupa gigante.

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  5. Fernanda, muito pior é tirar as pequenas que ainda iam crescer muito...

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  6. Marcelo,grande parte da minha alimentação,é a base de carne branca,e mais peixe do que frango.
    Só não sabia que o Tamboril tem esse nome aí que o leitor anônimo falou... Boa noite.

    Monica.

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  7. Agora finalmente entendi porque a nota de cem reais é representada por uma garoupa. Faz todo o sentido.
    Os políticos então, deveriam ser por um robalo?

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