Terra estrangeira

Um dos meus passatempos preferidos, além de derreter gelo em mictório de bar, é conferir de onde são feitos os acessos a este blog.

Claro, 90% dos internautas estão aqui no Brasil mesmo, mas nos outros 10% enxergo brasileiros que vivem no exterior e de alguma forma matam um pouco da saudade da terra onde nasceram neste Rio Acima.

Das visualizações de página feitas em outros países, a maioria absoluta ocorre nos Estados Unidos, dez vezes mais do que no segundo colocado, o Reino Unido, que está quase empatado com a Alemanha, ambos seguidos de perto pela Bélgica.

No pelotão intermediário, estão França, Rússia e Argentina. Mais atrás, Canadá, Dinamarca, Portugal, Uruguai, Suíça e por aí vão...

Mas o que me encanta mesmo são países distantes, onde só essa maravilha que é a intenet nos permite chegar. Mais do que chegar, levar a nossa mensagem. É uma realidade nova e mágica para quem cresceu ainda com o monopólio da mídia e das telecomunicações restringindo a livre expressão.


Falo de países como Papua-Nova Guiné, Letônia, Indonésia, Angola, República Tcheca, México, Turquia, Cabo Verde, Costa do Marfim, Honduras, Marrocos, Japão, Ucrânia, China, Coréia do Sul, Filipinas, Índia, Tailândia, Iraque, Noruega, Peru, Islândia, Moçambique, Timor Leste, Irlanda, Taiwan, Sudão, Nicarágua, República Dominicana, Estônia, São Tomé e Príncipe...


Graças à democrática web, eles saberão que moradores do complexo do Alemão reclamam de uma ação do Exército na madrugada do último domingo. Segundo eles, os militares interromperam uma comemoração numa casa de festas com bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha. Ainda de acordo com moradores, 40 pessoas teriam se ferido, entre elas crianças e idosos. Isso saiu primeiro no site da Agência de Notícias das Favelas.

Creio que tenha sido lido em cada um deles por brasileiros, excetuando-se os de língua portuguesa, onde pode haver alguém interessado no que pensa um jornalista errante criado no pais do samba e do futebol.

Sinto prazer também em mostrar essas fotos da nossa Cidade Maravilhosa, porque sei que elas deleitam a memória e o coração de quem está a muitas léguas de distância. Já morei fora do Rio e sei a saudade que dá. Junto com as imagens, procuro oferecer uma visão crítica deste país que tanto amamos e que está caminhando a passos largos (ao contrário do que apregoam os pessimistas profissionais) para dias muito melhores, com mais educação e oportunidades para todos.

PS: E não perca. Nesta quarta-feira, vou mostrar que Eros perdeu a cabeça muito antes do que se pensa.

Comentários

  1. Depois de uma viagem que fiz para um lugar que eu pensava ser "de outro mundo", cheguei a conclusão que não existe mais esse "outro mundo", estamos todos parecidos, em qualquer canto. Acho que a grande questão do nosso tempo é conciliar identidade cultural com a massificação que chegou a todos os cantos do planeta.
    Abraço,
    Maria Elvira

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  2. Mauro Pires de Amorim.
    Concordo com você de que a internet nos aproximou tornando a comunicação mais fácil e dinâmica no Mundo. No entanto, nada como viajar e conhecer os locais e o povo, mas para curtir e entender as peculiaridades de cada local e povo, é preciso ter a mente aberta e boa vontade, desprendendo-se dos esteriótipos clássicos e por vezes preconceituosos que nos são transmitidos pelos meios de comunicação de massa e entre eles, a própria internet.
    Essa é a questão crucial, pois por mais que a mídia e os próprios governos tentem nos formatar numa pretença cultura clássica e oficial, fechada, padronizada, etnocêntrica, esteriotipada e obtusa, não respeitando e ignorando as demais nuances culturais de cada local e povo, como se elas não existissem de fato e de direito, numa tentativa ignóbil de tampar o sol com a peneira, para arvorarem-se propagandisticamente como provocadores de eclípses, mais governos e mídia contribuirão para procrastinarem o solucionamento dos problemas e questões no mundo real, uma vez que os conceitos dominantes na mídia e nos governos partem sempre de referenciais criados por eles próprios, sendo portanto autocráticos e excludentes da parcela da cultura e da sociedade que neles não se enquadram ou identificam, criando na verdade um mundo próprio e retrito, uma vez que não fazem esforços para incluir os excluídos, pois estes, já foram conceitualmente retirados da concepção inicial, referencial e valorativa.
    Felicidades e boas energias.

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  3. Perfeito o comentário da Maria Elvira. Eu também me surpreendi na Europa: não imaginei que fosse tão parecido com aqui. Paris e Londres, por exemplo, são encantadoras (como o Rio também o é), mas às vezes eu até esquecia que estava em outro país, ainda mais outro continente: todo lugar hoje em dia é parecido, e se não fosse pela língua então, seria ainda mais parecido. Identidade cultural x massificação é realmente uma equação a ser resolvida hoje em dia. Abs.

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  4. Eu cofesso com todas as letras,que jamais viveria fora do meu País.A passeio sim,pra morar nunca.Já faz algum tempo,eu precisei ficar na Itália quase 30 dias,e só eu sei a saudade que sentí. Apesar de tudo,eu amo essa nossa terrinha chamada Brasil! Abs, Marcelo.

    Monica.

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  5. Graaaaaaaaaaaaaande, Migli!

    Fala, rapá! É vero, essas fotos que vc faz do Rio enternecem o coração de todos nós, que estamos no exílio. Já cheguei a usar uma foto sua como plano de fundo. Enfim, qualquer dia a gente volta.

    Grande abraço,

    Carlos Braga

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  6. Valeu, Bragato, o Rio e a Lapa vos esperam. Abração!

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  7. Caro Marcelo, da Bélgica, sou eu que acesso, desde os tempos do JB, ali comecei a ler a sua coluna, fiquei fã e vou seguindo as suas postagens; daqui a pouco estou chegando no Rio, Jpa, eu quero praia, calor, suar, reclamar que está quente...
    abs
    Graça Paramos

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  8. Valeu, Graça, venha mesmo que a cidade está tendo uns dias lindos, daqueles que todo mundo em férias merece. Abração

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