Fígado, tripa, bucho, bofe e chouriço

_ Posso tirar uma foto?

Os olhares desconfiados já eram em si uma negativa. Seria eu um agente infiltrado da vigilância sanitária?

_ É pro meu blog...

Como mágica, as expressões das duas atendentes se desanuviaram e pude apontar minha máquina para aquelas bizarras iguarias que eu nunca tinha visto.

O esquadrão é de primeira, um ataque dos sonhos, não há anti-ácido que dê jeito, mas trata-se de um campeão da preferência popular, pelo menos na curiosa feira dominical de Piabetá, na Baixada Fluminense. Com vocês o que minha companheira de explorações definiu cinematograficamente como "o quinteto bombástico": tripa, fígado, bucho, bofe e chouriço.


Foto: Marcelo Migliaccio

Apesar do cardápio heterodoxo, as barraquinhas são até bem apresentáveis, com mesinhas para o pessoal degustar um almoço de domingo daqueles. E quando tudo se mistura na panela, num óleo fervente... Clique aqui e conheça a barraca da Tia Cléia.


Foto: Marcelo Migliaccio

A feira lembra aquela antiga lá de São Cristóvão, quando o ponto de encontro dos nordestinos no Rio ainda era na rua.


Foto: Marcelo Migliaccio

De repente, um ser inacreditável chama a minha atenção. Um galo gigante.


Foto: Marcelo Migliaccio

_ Pesa cinquenta quilos _ diz o moleque.

_ Quanto custa?

_ R$ 50.

_ Um real por quilo _ tento brincar.

_ Não, só vende ele inteiro.

_ Pesa pra ele ver _ ordena o pai do moleque lá de longe.

_ Não precisa! _ me apresso, procurando um plano zenital.

_ Como ele fica assim?

_ Ração _ ensina o infante mascate.

Morri de pena. Sem trocadilho.


Foto: Marcelo Migliaccio

Na feira tem de tudo, sementes que eu nunca tinha visto e que, segundo os vendedores, curam tudo, melhor que igreja evangélica, eu acho.


Foto: Marcelo Migliaccio

Grandes marcas, claro, marcam presença nesse concorrido evento...


Foto: Marcelo Migliaccio

E lembrei do filme Pinochio ao ver ali, na minha frente, Cléo, a peixinha dourada.


Foto: Marcelo Migliaccio


Balões de todas as cores e cabelos idem alegram ainda mais o colorido domingo de inverno na Baixada Fluminense.

Foto: Marcelo Migliaccio

Tudo sob os auspícios da Guarda Municipal de Piabetá. Confesso que ao ver o pólo gastronômico, senti falta de uma ambulância...

Foto: Marcelo Migliaccio

Você deve estar querendo saber se eu almocei lá. Não, era muito cedo...



Comentários

  1. Não acredito que perdeste a oportunidade de degustar tais iguarias???

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  2. Mas nada impede que você volte lá, mais tarde um pouco, em outro domingo até mais calorento/abafado, , porque o Rio só tem duas estações: VERÃO E INFERNO. Daí você aproveita para cair de boca nestes quitutes autênticos , deliciosos e populares rs.

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  3. Sempre digo que em se tratando de comida, o aspecto é fundamental.
    Mas tem comida "feia" que é uma delícia e tem comida "linda" que é horrível !!
    Cury

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  4. Console-se comigo Marcos. Amanhã estarei indo para o Piauí onde existem quatro estações do ano: Quente, mormaço, inferno e calor do cabrunco. E mesmo assim o povo não dispensa uma boa buchada...

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    Respostas
    1. Boa viagem, bons suores e boa buchada , então, prezado Alexandre ...fazer o quê? rs.

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  5. Poxa! Pra frequentar essa ferira e degustar semelhante menu... Tem que ter estômago de "homem de ferro"!!!

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