Curitiba, gênios e GÊNIOS!!!
A primeira coisa que se aprende em jornalismo é que é possível falar mal ou bem de qualquer coisa e quem decide entre as duas opções é o dono do jornal. No caso de Curitiba, onde estive recentemente, pode-se dizer que é um oásis de tranquilidade ou que é um tédio. Depende do visitante.
Mas a primeira coisa que salta aos olhos é a limpeza das ruas. Mesmo no centro, onde dependentes de álcool e crack podem ser vistos pelas ruas, tudo é muito limpo. A sujeira só aparece quando se vai para a periferia, pois periferia é periferia em qualquer lugar do mundo.
Há bairros muito atraentes, com casas bonitas, muitas praças arborizadas e bem cuidadas, parques e... parques. Ah, ainda tem os parques. E eu ia me esquecendo de falar das... praças. E dos... parques...
Pra driblar a monotonia local, eu e minha cara-metade decidimos tomar umas margaritas num bar de estilo mexicano. E como ninguém toma margaritas impunemente, perdi lá meus óculos. É da vida...
Fui também ao zoológico que fica distante e isso me permitiu ver as favelas e o lixo amontoado nas ruas esburacadas do bairro Boqueirão. Não sei por que, mas lembrei do Rio ali. Já o decantado zoo, que dizem ser de primeiro mundo, com mais espaço para os animais é quase igual ao do Rio, com bichos deprimidos na maioria dos recintos.
O sistema de transporte da capital paranaense realmente é muito bem estruturado, o problema é que os motoristas dos carros de passeio em geral andam em velocidades incompatíveis com a via. São os motoristas mais agressivos que eu já vi. Atravessar uma rua em Curitiba é uma tarefa de alto risco, acredite.
Assim como em São Paulo, as quatro estações do ano dão o ar da graça todos os dias. Se você sai de casaco, pode crer que vai ter que carregá-lo na mão. E se sai sem casaco, vai passar frio. O frio lá é cruel e os que moram nas ruas sofrem.
Outra coisa que é igual a São Paulo é que as garotas se vestem muito mal. Dá só uma olhada nessa vitrine:
Fui ao museu do Niemeyer, onde há uma exposição muito boa sobre o poeta Paulo Leminski. O museu tem as marcas presentes em várias obras do arquiteto: pouca sombra na área externa, curvas ousadas e interior claustrofóbico.
Casa de Cultura de Le Havre |
Sinceramente, não gosto de algumas coisas do Niemeyer. Ele pode até ser gênio, mas não é aquele GÊÊÊÊNIO!!!! como dizem por aí. Taí, Niemeyer é um gênio com letras minúsculas. Charles Chaplim é um GÊNIO COM MAIÚSCULAS. Se quiser uma opinião sobre Niemeyer, pergunte aos franceses, que pagaram os olhos da cara a ele para que plantasse esse reator nuclear em Le Havre. É um centro cultural, mas, olhando de fora, eu poderia jurar que é a usina de Angra.
Voltando a Curitiba, esse fim de tarde valeu a viagem...
E é com versos de Paulo Leminski que me despeço de Curitiba.
Na cova comum dos idealistas
onde jazem aqueles
que o sistema não corrompeu
na beira do rio
onde o joelho ferido
tocou a pedra da paixão
Estive lá há muito tempo, gostei, já naquela época parecia uma cidade limpa e mais organizada do que as daqui...segundo alguns amigos de lá, a política é suja como a de cá!
ResponderExcluirforte abraço
c@urosa
PS: Belas imagens fotográficas!
Pois é, um taxista me disse que esse Alvaro Dias, que fica cantando de galo sob os holofotes da imprensa tucana, quase não se reelegeu. Abraço
ExcluirSE NÃO GOSTOU DO PARANÁ CAIA FORA, FAVELADA PAULISTA OU CARIOCA, SEI LÁ DE QUE DIABO DE ESTADO É VOCÊ. POVO MEDÍOCRE! JÁ ESTÃO TÃO CALEJADOS DA POBREZA QUE QUANDO ENTRAM NA SOFISTICAÇÃO ESTRANHAM! BANDO DE POBRAIADA QUE NÃO SABE O QUE É ELEGÂNCIA!
Excluir
ResponderExcluirNormal Em Curitiba
Rita Lee
Saudades da terra, daquela vidinha boa
entre um milagre , uma guerra
quando deus era brasileiro
e ria-se à toa
lá no sul do cruzeiro
destino desejo
santo pandemônio
saudades do ozônio
da minha infância querida
quero o essencial da vida
quero ser normal em curitiba
saudades da terra daquele planeta azulzinho
entre vênus e marte
quando arte era puro dinheiro
e o estranho do ninho
vinha lá do estrangeiro
new york ou paris
é impossível ser feliz
saudades da elis
da minha infância querida
quero o essencial da vida
quero ser normal em curitiba
renascer de parto natural
mamar numa doce muxiba
crescer num país tropical
supermercado em carapicuíba
manter o ciclo menstrual
noivar, casar com o giba
viver de aumento salarial
campeã de buraco e biriba
quero o essencial da vida
quero ser normal em curitiba
Jaime Lerner revolucionou Curitiba ao criar o Ligeirão e a cidade passou a ser um exemplo de eficiência no transporte público nos anos 80.
ResponderExcluirPor ter recebido muitos imigrantes alemães e italianos, Curitiba recebeu muita influência européia, o que foi muito bom para a Cidade.
Mas os separatistas vieram com um papo de separar o Sul do resto do Brasil, uma tentativa inglória para eles.
Cury
Daqui alguns dias vou pra Foz do Iguaçu. Pra mim a melhor cidade do Parana, compras no Paraguai, visita à Argentina. La temos a tríplice Fronteira, vou passar o carnaval no Paraguai Chega de praia e congestionamento.
ResponderExcluirSergio.
Boa viagem, o melhor de tudo é que lá não vai tocar axé music
ExcluirCabe ressaltar que de Lerner para ca so foram eleitos em Curitiba prefeitos do PFL (DEMO) ou do PSDB e isso explica muita coisa citada aqui do tipo individualismo ou separatismo. Da mesma forma eh preciso lembrar que Portugal tambem fica na Europa e portanto essa questao de colonizacao europeia por si so, nao quer dizer muita coisa.
ResponderExcluirIsso é fato:
ResponderExcluirJaime Lerner criou o Ligeirão durante um dos seus mandatos pelo PDT, e Curitiba passou a ser exemplo de transporte público eficiente para todo o Brasil, depois de 1998 foi para o PFL/DEM, e as prioridades deixaram de ser o povo passaram a ser outras.
Sorte para os curitibanos que a maioria dos imigrantes eram alemães, franceses, suíços, poloneses, italianos e ucranianos, os portugueses preferiram ficar em Portugal.
Cury
Que bom ler você de novo! Abração. José Aparecido Miguel.
ResponderExcluirMeu amigo, feliz por você ter me achado. Grande abraço! Logo se vê que você não é curitibano... rs
ExcluirOi Migueeeeeeel!!!!!!!!!!!!!1
ExcluirPor motivações, talvez, mais inconscientes que conscientes, nuca tive desejo de conhecer os Estados do Sul do Brasil, tampouco os Estados Unidos. Talvez, um dia, esse desejo pinte. Curto, mesmo, além do Rio, os Estados do Nordeste, que pude conhecer.
ResponderExcluirANTONIO CARLOS
Nestes estados/cidades de colonizacao alema,
ResponderExcluirsuica, filandesa ou coisa que o valha, muitas vezes essa colonizacao foi estimulada por um antigo sistema de "cotas" para europeus que distribuia terras para este tipo de imigrantes. Nestas regioes a miscigenacao tornou-se menos comum e por consequencia e nao por coincidencia o movimento separatista se tornou mais forte. Esse tipo de desejo, alem de absurdo, eh uma ingratidao a uma nacao que recebeu todos esses imigrantes de bracos abertos.
Acho que o tédio em Curitiba acaba chegando só para o morador de lá, e essa pode ser uma justificativa da fuga para o litoral no fim de ano... Mas pra quem é turista, Curitiba é uma linda cidade, de uma gente não muito hospitaleira, é verdade, mas que vale a pena ser visitada. Organização e limpeza são destaques. Tanto, a ponto de todas as lixeiras públicas serem revestidas com sacos plásticos e ter senha para comprar uma água de coco na feirinha de artesanato.
ResponderExcluirFalando em feirinha, o diminutivo é mais mimoso que espacial, porque você precisa de uma manhã inteirinha se quiser escarafunchar todas as barraquinhas. Destaque para os brinquedos educativos retrô e a fotografia com trajes de época. Tem até barraca de mágica, em que se pode aprender o truque e comprar o kit pra treinar, sob o olhar incrédulo da religiosa moradora de rua que alerta:
- isso ai é obra do coisa ruim!
Curitiba tem também a sua Lapa, rodeada de História, bares e pedintes, com opções para todos os gostos e bolsos. Mas não tem choque de ordem no Largo da Ordem. Polícia só pra quem precisa.
O Curitibano também não quer servir mesas, nem trabalhar no comércio. Vagas aos montes. Nas vitrines há anúncios de emprego sobrando. A dificuldade para recrutar mão de obra é tanta, que uma rede de restaurantes decidiu ir buscar trabalhadores nas cidades próximas, tendo atraído gente até do interior de SP. O quarto maior PIB dentre os municípios brasileiros, já escolheu seu lado do balcão.
Em princípio, o sistema de transporte é eficiente, embora haja reclamações dos usuários quanto à lotação cotidiana,, mas para o visitante tem a Linha Turismo, responsável por cobrir os principais atrativos da cidade. Além de facilitar o deslocamento, é bastante aprazível, de onde se pode ver a cidade do andar alto.
Tem também cafés ótimos, charmosos, bem apropriado para tardes de verão com cara de inverno, ao menos para cariocas.
De modo geral não se cobra taxa de serviço nos restaurantes, à exceção do bairro mais abastado da cidade, onde recentemente o novo prefeito mandou interditar a colocação de uma calçada de granito, cujo m2 em torno de 200 Reais, apesar da reclamação dos empresários e comerciantes do local. Tomara que a verba seja remanejada para calçar as ruas esburacas e de terra batida dos bairros da periferia.
Na terra do Barreado, até que é bem legal encontrar um mexicano temático, música boa, com direito a tequila ao final da apresentação. Cuidado aqueles que têm problema na cervical, pois podem terminar a noite no hospital com a sacudidela da moça da tequila, e as esposas/namoradas que podem não gostar muito da garçonete saltitante como feijão mexicano. Enfim, "ninguém toma margaritas impunimente.”
O programa mais sem graça é sem dúvida o shopping. A melhor imagem que vi foi das belas paisagens naturais do Rio, mostradas nas telonas de LCD de uma pizzaria. Ah, a loja de carrinhos, com um autorama gigante, e réplicas de carros antigos, valeu a pena conferir. O melhor mesmo acontecia do lado de fora, onde um lindo arco-íris se formara.
Quanto ao zoo, não consigo entender por que o leão fica ao lado do urso e não com os outros felinos. Será que tem a ver com ser amigo da onça? Lá são três!
Tem o trem azul que sobe a serra verde, com seu apito que acorda a cidade todos os dias as 08h30min da manhã, serra onde jazem os gênios anônimos que construíram uma ferrovia sobre o abismo, permitindo-nos a ilusão de voar no trem, ainda que por segundos.
Pra mim, Curitiba é um canto do Brasil que valeu a pena ver de novo.
Moro em Curitiba. Na hora reconheci que você tinha trocado a foto por uma do Largo da Ordem. Onde um garoto está encostado no que um dia foi para dar água para os cavalos das tropas que passavam por esta cidade.
ResponderExcluirSou paulista, Curitiba é bonita sim, mas a segregação social é gigantesca. Você pôde observar isso indo ao boqueirão. E como o anônimo colocou acima a obra da calçada imoral. Isso acontece o tempo todo, como acontece mortes diárias pelas bestas com carro.
Enfim, é legal.
Obrigado pelo post sobre Curitiba, Marcelo!
ResponderExcluirLegal ver quem é de fora (você e os demais que comentaram) falando (bem ou mal) sobre a minha cidade!