O adestrado

Se é Natal, ele compra
Se é carnaval, ele pula
Se é réveillon, ele veste branco e vai ver os fogos

Se é novela, ele assiste
Se é mulher pelada, ele baba
Se é futebol, ele briga

Se é rico, ele bajula
Se é político, ele odeia
Se é pobre, ele passa longe

Se é diploma, ele se curva
Se é farda, ele ajoelha
Se é dinheiro, ele rasteja

Se é chefe, ele puxa o saco
Se é subalterno, ele pisa em cima
Se é mendigo, ele nem enxerga


Se é Bíblia, ele reza
Se é jornal, ele acredita
Se é panfleto, ele rasga


Se é filho, ele estraga
Se é vizinho, ele despreza
Se é esposa, ele chifra

Se é igreja, ele cala
Se é bar, ele grita
Se é rua, ele treme

Para um chimpanzé, todos os gatos são pardos


Foto: Marcelo Migliaccio




Comentários

  1. Fernanda, acho que é os dois.

    Cury

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  2. Ótima Poesofia... em que pese eu considerar este tipo de pessoinha adestrada absolutamente insuportável. Pra gente assim eu digo: vai indo que eu não vou rs.
    Marcos Lúcio

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    Respostas
    1. Gostei do neoligismo também, ficou bem legal! hehehe

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    2. Obrigado, Fernanda e Fellipe...que bom vocês terem curtido tanto quanto eu curti a descoberta desta palavrinha bacana que usarei sempre que possível ou sempre que impossível definir...
      Marcos Lúcio

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  3. Aqui na Bahia a Ivete Sangalo fala assim:
    Levanta a mãozinha. ..todo mundo levanta;
    Dá um pulinho...todo mundo pula;
    Vota no ACM...

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  4. Mauro Pires de Amorim.
    O pior é que a tv brasileira é quem mais contribuí para a criação dessa cidadania pavloviana.
    Claro que existem raras exceções na tv brasileira, mas grande maioria, a programação é um ataque terrorista a inteligência alheia. Não é a toa que existe a música dizendo. "A televisão me deixou burro, muito burro demais....".
    Felicidades e boas energias.

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