A era da acumulação

O Pão de Açúcar vai se casar com o Carrefour Com a fusão, os dois supermercados vão abocanhar quase 70% do mercado em São Paulo, a maior cidade da América Latina. O governo não só diz que é legal como vai jogar R$ 3,9 bilhões do nosso dinheiro na mão dos empresários. Aos consumidores, vai restar ter que comprar os produtos que eles decidirem vender e pagar o preço que eles decidirem cobrar.
 
Vivemos a era da concentração. Quem tem muito, quer mais ainda e se junta com outros que também têm muito. Se Deus é por nós, quem será contra nós? O governo? Já vimos que não. A sociedade? Essa menos ainda, porque está vendo novela e Big Brother. A única preocupação do brasileiro médio hoje é com a vida privada das celebridades...

Há algum tempo, as maiores cervejarias do Brasil se uniram. Das dez marcas mais vendidas no país, a corporação gigante deve ser dona de oito ou nove. Nào satisfeita, associou-se a outra gigante mundial e agora molha a boca de meio mundo. No Brasil, apesar de seu domínio nacional, despeja publicidade na TV o dia inteiro, simulando uma concorrência fictícia e formando consumidores entre as crianças. As emissoras faturam milhões com a publicidade. Quem se importa com o futuro?

O jogo econômico hoje é tão viciado que a tentativa de estabelecer livre concorrência para a compra dos direitos de transmisão do futebol pela televisão revelou-se um tremendo vexame. Quando viu que poderia perder, a emissora que detém os direitos virou a mesa e aproveitou-se do fato de os clubes lhe deverem dinheiro para mantê-los no cabresto. O governo, em vez de moralizar o processo, endossou a transação. Mas, não tenha dúvidas, se estivessem no lugar da líder, as outras emissoras provavelmente fariam o mesmo.

A acumulação é a regra também entre os cidadãos. Quem tem um imóvel para morar, quer outros para viver dos aluguéis. Prosperidade, irmão!

Cristo repartiu o pão, mas vamos pular essa parte.

O mais fraco que se dane. Quem mandou ser fraco?

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