Velho é teu "passadis"!

Comprei uma camisa na Yes Brasil do Rio Sul e a vendedora da loja era a Cristiana Oliveira.  Nossa, ela era simplesmente um furacão que se destacava de todas as outras vendedoras. Logo saiu dali para brilhar na TV. 
Crica trabalhava no shopping
Assisti ao primeiro show dos Titãs no Rio, para apenas 20 pessoas. Não era uma promoção para fãs sorteados, era falta de fãs mesmo.

Vi o filme O Último Concerto de Rock no Rian, um cinema lindo que ficava na Avenida Atlântica.

Comi pão árabe pela primeira vez com meu pai, no Beco da Fome.

Lembro da ex-vedete Elvira Pagã pegando sol nas pedras da Praia Vermelha já com mais de 70 anos. De biquini!

Elvira Pagã, a vedete
Vi o Cidade Negra, quando se chamava Banda Lumiar, tocar para estudantes num casarão velho no Catete. O vocalista ainda era o Rás Bernardo.

Morri de medo do Seu Sete da Lira quando ele apareceu na televisão.

Subi a rampa do Congresso com Sarney, Ulysses e Rafael Mayer na promulgação da Constituição.

Promulgação da Constituição de 1988
Comi cachorro quente na Loja Americana de Copacabana enquanto Lady Zu anunciava as ofertas no microfone.

Viajei no verão da lata.

Estava no estádio de General Severiano para ver o garoto Adílio marcar um gol pelo juvenil do Flamengo.

Fui contratado por Sandra Gomide para trabalhar no Estadão dias antes de ela ser morta por Pimenta Neves, o editor-chefe do jornal.

Lembro quando os únicos pastores que pregavam na TV brasileira eram Rex Humbard, Billy Graham e Jimmy Swaggart.

Passeei pela feira hippie de Ipanema quando ela só tinha hippies sentados no chão com seus artesanatos.

Identifiquei Letícia Spiller como a única que daria certo numa foto com as outras Paquitas.

Letícia, a última à direita
Dancei na Mamute, na Papa Wave e na Mamão com Açúcar.

Fui até na boate Tropicana, que funcionou no Canecão.

Votei numa eleição no colégio em que os alunos deveriam escolher entre Capitão Aza e Capitão Furacão.

Frequentei o auditório da TV Tupi para ver os programas de Carlos Imperial, Aerton Perlingeiro e João Roberto Kelly. Tinha uma paixão platônica pela mulata Gracinha do Bole-Bole.

Estava no Maracanã no dia em que Rivelino estreou no Fluminense.

Fui ao show inacabado da Legião Urbana quando a galera enfurecida saiu quebrando tudo na capital federal.

Chupei os sorvetes Ki-Dupla e Ki-Trio, da Kibon. Primeira versão, de 1969.

Aplaudi o primeiro comício de Lula na Cinelândia, em 1982.

Assisti à novela O Sheik de Agadir enquanto me davam mingau.

Entrevistei Daniella Perez e depois cobri seu assassinato.

Babei no Camaro em que Wilton Franco desfilava pela Urca no auge do Povo na TV.

Vi Bruna Lombardi comendo sanduíche em pé no Bobs da Praia de Botafogo.

Me espantei com as pessoas aclamando a passagem do craque Silva, o Batuta, em seu opalão vermelho na rua Visconde Pirajá.

Morei no mesmo prédio que a Elis Regina (ela na cobertura e nós num conjugado).

Notei Bezerra da Silva quando ele tocava bateria na orquestra da TV Globo.

Fui ao último show da Cássia Eller em Brasília antes de ela se mudar para o Rio para tentar a sorte.

Trabalhei ao lado de César de Alencar na Rádio Nacional.

Estava na primeira fila no último show da vida de Raul Seixas, no Gran Circo Lar, em Brasília.

Desconfiei de Sergio Cabral quando ele ainda levava velhinhas ao teatro de kombi para tentar se eleger vereador.

Mas, como diria o Mussum (que conheci cantando nos Originais do Samba), "velho é teu passadis"!




Comentários

  1. Cresci numa época que o ensino no colégio público era muito bom, na infância eu andei muitas vezes no trenzinho do Parque do Flamengo e brinquei no avião DC-3 da Varig que ficou lá por anos.
    Cresci numa época em que quase tudo funcionava bem.

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    1. Eu também adorava brincar naquele avião do Aterro!

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    2. Raapz, alguns nomes confesso que nem ouvi falar. A vedete, o trio de pastores, a tal Papa Wave e os sorvetes da Kibon. Mas a verdade é que és velho-pra-caralhis!

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  2. Nessa época, habitava o eixo Leopoldina -Baixada, daí não ter tido a felicidade de ver Bruna Lombardi ao vivo (o que me faria ter uma síncope, provavelmente), mas vi o Sheik de Agadir já tomando sopa de feijão e estava na estreia do Riva no Maior Clube de Todos os Universos num sábado de carnaval (e cruzei com Flávio Cavalcanti, vermelho de felicidade, gritando "Nense!",com radinho de pilha no ouvido, na saída. Também vi Capitão Aza (meu amor platônico era a Martinha) e o Capitão Furacão, com Elizângela a tiracolo.

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    1. Não lembra da Gracinha do Bole-Bole, parecia um violoncelo! Stradivarius!

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  3. Sem querer competir, afinal já sai do Rio faz algum tempo, mas por também ter nascido em 63, posso desfilar algumas pérolas: Vi Pelé jogando com a camisa do Flamengo em 79; assisti a forra do Flamengo dando de 6 x 0 no Botafogo; Disputei festival de música com o Paralamas do Sucesso; Assisti o primeiro show da Cássia Eller no Circo Voador; subi no palco do comício do Lula na Cinelândia em 89; Entrevistei o Ciro Gomes pelo Jornal do Brasil em 2002; e a não ser que esteja enganado, encontrei o grande Flávio Migliaccio duas vezes com um FIAT 147. E como disse alguém: Uma das obrigações da inteligência é preservar a memória. Abraço!

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