Elevador para a Bolívia

Quatro reais. Foi quanto eu paguei por uma viagem de dois dias à Bolívia. O primeiro filme da mostra no Centro Cultural da Caixa foi O Elevador (2009), de Tomás Bascopé. Dois ladrões e um empresário que pretendiam levar ao escritório para roubar ficam presos no elevador de um prédio comercial. O melhor é que isso acontece na véspera do carnaval (lá também tem!) e o conserto só será feito na quarta-feira de cinzas.

Morrendo de calor, e com apenas dois pacotes de batata frita, duas coca-colas e uma garrafa de uísque, eles precisam conviver entre si e com o único revólver disponível. Quem gosta de mergulhar na mente humana e nas relações entre indivíduos em situações limites tem nesse filme um banquete. 

E eu que nem sabia que na Bolívia se fazia cinema...




O segundo filme é um documentário que investiga as razões de a rede mundial de fast food Mc Donald's não ter se criado na Bolívia. Depois de uma mal sucedida experiência com três franquias, a multinacional deixou o país, em 2011. A desculpa oficial foi o medo do terrorismo após os atentados de 11/9, vê se pode?

Mas o filme mostra que a maioria da população, de origem indígena manteve-se fiel à sua cultura alimentícia baseada em produtos da terra. O ritmo do país, diferente da correria reinante no ocidente, também contribuiu além, claro, da baixa renda do povo local que não descende dos colonizadores espanhóis. Mesmo com apenas três lojas (o Brasil tem quase 500) localizadas nos pontos mais caros das três principais cidades, não deu pra eles.

Abaixo, o trailer do filme de Fernando Martinez.


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