Nova amizade
Um dia, eu contei aqui como uma árvore entrou pela minha janela. De tanto eu admirá-la e, ás vezes, dirigir-lhe palavras afetuosas, virou minha amiga e veio ao meu encontro, desafiando nossa lógica animalesca, cartesiana e materialista.
Pois o fenômeno se repetiu. Nào tenho a intenção de ganhar a vida como encantador de serpentes, quer dizer, de vegetais, mas acho mesmo que eles nos ouvem e sentem nossas vibrações. Acho, não, agora, mais do que nunca, tenho certeza. E as pesquisas holísticas do Peru sobre as quais li passaram a ter para mim uma comprovação prática, mais uma.
Desta vez, aconteceu com uma planta de um prédio vizinho. Há algumas semanas, notei o acúmulo de orvalho e fotografei a dita cuja. Até mostrei a foto aqui no blog, falando não dela, mas do próprio orvalho, uma coisa delicada na qual a vida atribulada das metrópoles não nos permite mais reparar.
Pois eis que notei que aquela mesma planta mudou de posição depois da foto. Tombou para fora do canteiro do edifício, exatamente na direção do lugar onde costumo me exercitar todas as manhãs.
Como um gato, um cachorro ou qualquer outro animal de estimação, ela pareceu estender a cabeça no meu colo para ganhar um cafuné.
Não sou do tipo que conversa com plantas. No máximo, lhes digo um "oi, linda" matinal. Mas não entro em detalhes da minha vida particular com esse tipo de gente... não chego a ser como a personagem da Débora Duarte na novela Pecado Capital, que tornou-se amiga íntima de uma joaninha e levava com elas altos papos diariamente.
No entanto, é impossível não se emocionar com as plantas, que os mais apressados insistem em classificar como seres estáticos, desprovidos de sentimento e imóveis por definição.
Nada de estado vegetativo, os vegetais estão mais vivos e atentos do que nunca. Observe e faça novas amizades.
Ninguém forçou, ela veio porque quis |
Sobre plantas:
Marcelo, você não existe!!!!!!!!
ResponderExcluirOi Marcelo,
ResponderExcluirQue bom que você existe! A gente se sente menos só, ou dependendo do ponto de vista, menos maluco, ou ainda, com "alguéns" pra gente compartilhar as loucuras, as clarividências e os sonhos.
Beijos,
Hanna
Acho que foi no início desta primavera que vi uma reportagem sobre orquídeas, planta ornamental e para bolsos classe A, que depois de alegrarem e decorarem os lares abastados de Ipanema, eram descartadas -alias destino dado não somente ao reles vegetal - Mas não vamos fugir do tema. Então, alguém, que sensibilizado com a vida que ainda pulsava na flor, resolveu mudar seu destino e replantou-a no tronco de uma árvore. Regou, conversou com ela, encheu-a de carinho e cuidado, e, de repente, foi agraciado com sua beleza e encanto renascidos. A iniciativa cativou outros colegas de profissão, e fala-se até em um campeonato em que os porteiros disputam quem é o dono da árvore mais bonita.
ResponderExcluirPois é, às vezes basta um gesto, um simples movimento que seja, pra mudar tudo na vida, seja animal ou vegetal. Um pouco de coragem e um olhar que percebe o que está além da superfície, e pronto, a mágica acontece.
Sabe, seguindo o exemplo da árvore de outrora, pela primeira vez ousou seguir seu sentimento, e rumou para dentro, mudando a alma de casa, como bem disse o poeta gaúcho no “Carreto”:
Amar é mudar a alma de casa.
Mauro Pires de Amorim.
ResponderExcluirGostaria de inicialmente, compartilhar que estive uns tempos afastado de seu blog, bem como o Alma Lavada, de Fernanda Dannemann, por motivo temporal, uma vez que meus afazeres de maior urgência em termos de responsabilidade estavam tomando minha disponibilidade dentro das 24 horas dos dias recentemente passados.
Quanto ao tema desse seu escrito, digo que entendo você perfeitamente e inclusive, conto uma história que ocorreu comigo há ums anos passados.
Naquela época, aproximadamente uns 8, 9 anos atrás, eu tinha o costume de frequentar nos finais de semana, o Bar Clipper, no Leblon, na esquina das Ruas Carlos Góis com Av. Ataufo de Paiva. Pois bem, estava eu tomando um choopinho, quando derrepente, percebí do outro lado da calçada, bem em frente aos Cinemas Leblon, uma pequena palmerinha ou coqueirinho (confesso que, além de meu conhecimento em botânica ser parco, não me lembro exatamente o tipo vegetal, mas enfim, era um dos dois), que sofria em sua tenrra idade, com o escaldante verão Carioca e ainda por cima, com a prolongada estiagem que estava em curso naqueles tempos.
Comprometi-me mentalmente, da próxima vez que lá retornasse, ao menos trazer um galão plástico cheio, contendo 5 litros de água, uma vez que possuía tal vasilhame.
Muito bem, como era meu costume naquela época sempre tomar uns choopinhos em tal bar e tratando-se do final de semana, retornei no dia seguinte, provavelmente um sábado ou domingo e munido de meu galão de água cheio, despejei na planta, que em função de sua situação, estava com alguma das palmas secas e outras em vias de entrarem em processo de secagem e consequente colapso.
A semana de dias úteis iniciou-se, o final de semana seguinte chegou e novamente, retornei ao mesmo lugar. Fui visitar o pequeno vegetal que havia ajudado na semana anterior. Ao me aproximar, percebí logo sua reação. As palmas que já estavam secas assim continuaram, uma vez que, sua situação era irreversível. Entretanto, as outras, que brevemente entrariam em colapso caso eu não tivesse intervido, estavam mais frondosas e altivas.
Então, comprometi-me mentalmente mais uma vez, que, enquanto perdurasse a estiagem, proveria tal planta de água, ao menos de duas em duas semanas, durante o período de sua tenrra idade e consequente fragilidade. Nos tempos atuais, tal planta tranformou-se numa árvore palmerífera.
Por contingências da vida, parei de frequentar o Bar Clipper com a mesma assiduidade de antes. No entanto, sempre que lá vou, primeiramente, cumprimento a árvore do outro lado da calçada de tal esquina.
Felicidades e boas energias.
Marcelo,a minha avó materna é uma senhora de quase 90 anos,e pode acreditar,com essa idade ela é mais lúcida que todos os netos juntos.
ResponderExcluirPorém tem o hábito de colocar uma cadeira de balanço ao lado da planta,e alí rola altos papos. Segundo ela,faz bem a alma. Abs.
Monica.
Li o texto, e fui correndo jogar água fresca na minha plantinha, que guarda a entrada do meu apê.
ResponderExcluirAgora vejo uma imensa amendoeira com as folhas verdinhas ao lado da minha janela. Sou previlegiado. Se gostar do Ivan Lins ouça
(GUARDE NOS OLHOS). Fala do campo.
Sergio.
Com o tempo ela vai começar a reclamar que vc não telefona mais... Que vc não é mais o mesmo...vai perguntar qual é a erva daninha que vc tá saindo... CUIDADO começa assim e acaba em Pensão Judicial!!!
ResponderExcluirDuilio
Vi a reportagem sobre as orquídeas que a leitora Bromélia comentou e sempre que olho para as minhas ,que cultivo há anos,lembro deste ocorrido.Cuido bem delas e a cada ano me presenteiam com floradas lindas ! Enfeitam minha casa por meses ! Aliás,me sinto privilegiada pois moro cercada pelo verde , rodeada de pássaros "livres",bromélias e orquídeas.
ResponderExcluirA sua sensibilidade é admirável !