Existe um lugar

Eu sempre sonhei com um escritório à beira-mar. Sem prazos, sem chefes, sem metas e, ok, admito, nem tudo é perfeito... sem grana.

Foto: Marcelo Migliaccio



Mas um lugar com uma bela vista.

Foto: Marcelo Migliaccio


Bom pra parar e pensar.



Arrastar seus fantasmas até o mar e deixá-los por lá.

Foto: Marcelo Migliaccio


Um lugar pra congelar a emoção daquele gol de placa que você fez aos dez anos de idade.

Foto: Marcelo Migliaccio


Em suma, um lugar pra trocar de casca, de preferência, diariamente, mudar, mudar e mudar...



Permitir à própria mente dar uma cambalhota em torno de si mesma.

Foto: Marcelo Migliaccio



E experimentar de novo aquela sensação de liberdade.

Foto: Marcelo Migliaccio



Taí. Será que esse lugar existe?

Foto: Marcelo Migliaccio



Comentários

  1. Esse lugar existe. Basta acreditar e ter coragem para chegar até ele. Yves

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  2. Essa viagem que fazemos quando lemos essas belas palavras com ilustrações eu também faço quando ouço a lindíssima música Vilarejo (Marsa Monte), porque fico me imaginando em um lugar como aquele da música, e essa viagem que faço vale mais que uma terapia/análise.
    No porta luvas do meu carro tem um kit anti estresse, cd de músicas clássicas, Raul Seixas, Gonzaguinha.

    Cury

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  3. O Manuel Bandeira acreditava -pelo menos poeticamente- que sim, senão vejamos:

    "Vou-me Embora pra Pasárgada

    Lá sou amigo do rei

    Lá tenho a mulher que eu quero

    Na cama que escolherei




    Aqui eu não sou feliz

    Lá a existência é uma aventura

    De tal modo inconseqüente

    Que Joana a Louca de Espanha

    Rainha e falsa demente

    Vem a ser contraparente

    Da nora que nunca tive



    E como farei ginástica

    Andarei de bicicleta

    Montarei em burro brabo

    Subirei no pau-de-sebo

    Tomarei banhos de mar!

    E quando estiver cansado

    Deito na beira do rio

    Mando chamar a mãe-d'água

    Pra me contar as histórias

    Que no tempo de eu menino

    Rosa vinha me contar




    Em Pasárgada tem tudo

    É outra civilização

    Tem um processo seguro

    De impedir a concepção

    Tem telefone automático

    Tem alcalóide à vontade

    Tem prostitutas bonitas

    Para a gente namorar



    E quando eu estiver mais triste

    Mas triste de não ter jeito

    Quando de noite me der

    Vontade de me matar

    — Lá sou amigo do rei —

    Terei a mulher que eu quero

    Na cama que escolherei

    Vou-me embora pra Pasárgada".

    Para Sartre, a liberdade é a condição de vida do ser humano, o princípio do homem é ser livre, por si mesmo, independente dos fatores do mundo, das coisas que ocorrem, ele é livre para fazer o que tiver vontade. A natureza fez o homem livre. Mas a sociedade existe e " por toda parte o homem se vê agrilhoado”.O pior é que a desigualdade surge quando alguém cerca um lote de terra e diz “isto é meu”. Em razão disso, outros homens são levados a fazer a mesma coisa e se reúnem ou associam-se para poder usufruir daquilo que a terra pode lhes oferecer. Mas com isso também se cria um modo de sobrevivência organizada que exclui grande parte dos homens dos benefícios da natureza. Agora, desprovido do seu alimento e de sua liberdade, por causa do arbítrio da instituição da propriedade privada, o homem torna-se subordinado daqueles que a detém. A propriedade faz perder a liberdade natural.
    Marcos Lúcio

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  4. Adorei!
    Estava inspirado hein Marcelo?
    ... congelar a emoção... é muito bom.
    Como eu gostaria de ter congelado certas emoções, para depois revisitá-las.
    Acho que esse lugar existe sim, e enquanto não o encontro geral, vou levando-o no coração, e de vez em quando aporto em alguma possibilidade de desfrutá-lo.

    Beijos,
    Sandra

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