Me esconde, Mauá
É verdade que fui num meio de semana, mas mesmo com o asfaltamento do trecho final, desde Penedo, o recanto Mauá, Maringá e Maromba, no interior do Rio, continua com aquele mesmo ar místico que conheci há cerca de 13 anos, na primeira vez em que estive lá. Muito mato, muita cachoeira, e também muitas pousadas e restaurantes para todos os gostos. Me esbaldei na carne de porco, pra mim a melhor das carnes, e durante quatro dias, tomei um banho de silêncio e de ar puro.
Sair da cidade e poder ter tempo de observar os detalhes das menores flores, ver sobre elas o orvalho que as renova todas as manhãs. Essa minúscula rosa não estava no jardim de ninguém, e sim na beira de um rio, plantada ali pela natureza.
Um tempo para o bicho da cidade contemplar os mais belos animais que há no mundo.
E também os mais feios, aqueles que parecem um vilões de desenho animado Hanna-Barbera. Esse aqui tem o poder de queimar o herói.
Tô pra ver um lugar com mais fusca nas ruas... a explicação é que o velho bravo alemão resiste como poucos àquelas estradas de terra, buraco e pedra.
Só aqui é possível abrigar-se da chuva debaixo de um cogumelo.
Só aqui, é possível ver o leiteiro numa charrete e lembrar do primeiro cavalo que vi ao vivo, em Penápolis (SP), aos cinco anos, também na entrega do leite. Naquela vez, fiquei apaixonado e, na inocência da infância, perguntei ao leiteiro quanto custava. Ele respondeu: "Dez cruzeiros". O problema seria instalar meu animal de estimação num apartamento na Rua Visconde Pirajá, em Ipanema...
Tudo bem, comércio é comércio, mas você prefere fazer compras aqui ou num shopping center?
A perereca da vizinha bateu no meu chalé, mas eu estava acompanhado.
A Assembléia de Deus já chegou, mas não vi Igreja Universal nem a turma do Valdemiro Santiago. "Glorifica bem forte!"
E tome fusca na paisagem.
Descobri que os canários estão sempre em casais. Não há divórcio no reino deles.
A magia e a beleza aqui podem pesar menos de um grama...
Ou mais de uma tonelada.
Claro, polícia para quem precisa.
Aqui todo olhar é curioso, e vê as coisas como se fosse a primeira vez.
Primeira e única vez.
Talvez última.
Sair da cidade e poder ter tempo de observar os detalhes das menores flores, ver sobre elas o orvalho que as renova todas as manhãs. Essa minúscula rosa não estava no jardim de ninguém, e sim na beira de um rio, plantada ali pela natureza.
Um tempo para o bicho da cidade contemplar os mais belos animais que há no mundo.
E também os mais feios, aqueles que parecem um vilões de desenho animado Hanna-Barbera. Esse aqui tem o poder de queimar o herói.
Tô pra ver um lugar com mais fusca nas ruas... a explicação é que o velho bravo alemão resiste como poucos àquelas estradas de terra, buraco e pedra.
Só aqui é possível abrigar-se da chuva debaixo de um cogumelo.
Só aqui, é possível ver o leiteiro numa charrete e lembrar do primeiro cavalo que vi ao vivo, em Penápolis (SP), aos cinco anos, também na entrega do leite. Naquela vez, fiquei apaixonado e, na inocência da infância, perguntei ao leiteiro quanto custava. Ele respondeu: "Dez cruzeiros". O problema seria instalar meu animal de estimação num apartamento na Rua Visconde Pirajá, em Ipanema...
Tudo bem, comércio é comércio, mas você prefere fazer compras aqui ou num shopping center?
A perereca da vizinha bateu no meu chalé, mas eu estava acompanhado.
A Assembléia de Deus já chegou, mas não vi Igreja Universal nem a turma do Valdemiro Santiago. "Glorifica bem forte!"
E tome fusca na paisagem.
Descobri que os canários estão sempre em casais. Não há divórcio no reino deles.
A magia e a beleza aqui podem pesar menos de um grama...
Ou mais de uma tonelada.
Claro, polícia para quem precisa.
Aqui todo olhar é curioso, e vê as coisas como se fosse a primeira vez.
Primeira e única vez.
Talvez última.
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Cidades como essa, me fascinam pela simplicidade e educação dos moradores, principalmente quando estão dirigindo, nunca se vê um motorista estressado e mal-educado.
ResponderExcluirQuando eu tenho que passar o dia em um lugar assim a trabalho, eu fico muito satisfeito.
Cury
É, Cury, quando tem algum motorista correndo que nem louco pode crer que é de fora.
ResponderExcluirOi Marcelo,
ExcluirVou dar uma fugida para lá em breve... Vou ficar num chalé para descansar e esquecer que existe o mundo cá fora.
Adorei as fotos e acho que escolhi o lugar certo para me esconder.
Milene da ECO
Oi, Milene, vá sim, não se arrependerá. Beijão
ExcluirMauro Pires de Amorim.
ResponderExcluirBoa essa sua de dar um tempo num lugar mais tranquilo.
Pena que no momento, não tenho disponibilidade para o mesmo, caso contrário, faria igual a você.
Enquanto isso, fico aquí mesmo, nessa fábrica de malucos(as), que são os grandes centros urbanos. Mas não me iludo, só fico por questão das responsabilidades com as quais me comprometi. Nunca me deixei enganar pelos apelos do mundo frívolo, consumista e superficial. Sermpre que tenho possibilidade, saio para espairecer e observar a natureza, ainda que seja a que está geograficamente mais próxima.
Felicidades e boas energias.
As fotos estão, "comme d'habitude", ótimas, especialmente a primeira, também porque que tenho o rio como a melhor metáfora existencial.Para o Paulinho da Viola, a Portela foi um rio que passou na vida dele, que , naturalmente, passa como um rio.
ResponderExcluirNão consegui, entretanto, olhar ingenuamente,
para aquela bem singela: de uma lado o burro, do outro, o carro "das pulissa" rsrs, com todo respeito, "of course".
M.L.
Que a sabedoria do seu Jumento nos ilumine a todos... Torelly
ResponderExcluirBelas fotos que fazem verter água pelas bocas de quem as vê. Pegar um "Manuel, o aldaz" e sair pelas estradas de poeiras que ainda existem, e que, enfiados em nossos mundinhos, tínhamos esquecido.
ResponderExcluirMauro Pires de Amorim.
ResponderExcluirHá alguns anos passados, quando estive em Visconde de Mauá, havia uma mula, refiro-me à espécie equina, chamada Rosinha, que andava pela cidade, "falando" com as pessoas, com seu jeito equino de ser.
Era uma gracinha, muito boazinha e simpática. Até ostentava ornamentos do tipo lacinhos e presilhas de cabelo na crina, algo que alguns fazem com os(as) canídeos(as).
Tem alguma notícia dela? Espero que esteja bem, pois sentí ternura, alegrando-me e fazendo-me sorrir.
Felicidades e boas energias.
Não vi essa mula, mas deve ser prima do jumento do qual vou falar no próximo post. Abraço
ExcluirInfelizmente o comentário saiu sem revisão. O correto seria: especialmente a primeira, pois o rio é das melhores metáforas existenciais. Inclusive o Paulinho da Viola cantou a Portela como um rio que passou em sua vida.
ResponderExcluirQuanto ao burro, sinceramente, considero uma injustiça tomarem-no como "tal". Cito duas prováveis causas, dentre outras: foi por muito tempo o símbolo da ignorância, como em "Sonhos de Uma Noite de Verão", de Shakespeare. Pinóquio é outro exemplo de fábula onde um menino mau é transformado num burrico.
Abraço
Se preocupa não,o bicho não era uma perereca. Estava mais para o sapo encantado....
ResponderExcluirJá estive em Mauá, se Deus quiser voltarei.
ResponderExcluiroutro lugar bem alto e também bonito é Palmares, que fica depois de Paty do alferes.
Sergio.
Não quero desapontar o nobre viajante, mas a Rosinha morreu. Você pode ver reportagens de sua morte e de toda a comossão que a cidade ficou em artigos na Internet.
ResponderExcluirAlexander
Não quero ser insensivel... Mas a Rosinha MORREU..... sei que isso vai causar uma grande ecatombe em vossos corações....mas é a mais pura verdade... como pode ser comprovado na matéria do guia quatro rodas viagem que está no link que segue e que fez uma bonita homenagem a nossa estrela.
ResponderExcluirRosinha: uma estrela se apaga em Visconde de Mauá
por Guia Quatro Rodas em 4 de março de 2011
pode procurar no google.
Abraço a todos
Mas o jumento que me abordou era branco!
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