Sambódromo? Tô fora.
Eu não gostava de cobrir carnaval no Sambódromo. Na verdade eu odiava. Se não me engano foram três vezes, duas pela Folha e uma pela finada revista Manchete, cuja edição carnavalesca era a única que tinha uma vendagem razoável, o resto do ano era um vexame por semana. Mas voltando à avenida, ô coisa chata e cansativa. Passar a noite pra lá e pra cá... _ Olha, o Robert de Niro chegou no portão D!!!!! _ Uma mulher levou uma bala perdida na arquibancada!!!! _ Ava Gardner tá bêbada no camarote da Brahma!!! Os repórteres correndo como doidos. Doídos. Enquanto o resto do mundo se divertia, a gente naquela tensão, com o chefe pentelhando no celular de cinco em cinco minutos. Uma vez eu passei a noite nessa correria e, de manhã, na redação, o chefe se deu conta de que nenhum dos repórteres ficara encarregado de escrever sobre o desfile da Portela. Aquilo era um trabalho para o Homem Aranha. _ Estão dizendo que foi boa ou foi ruim? - perguntei. _ Que foi péssima. Escrevi 60 linhas. Falei até