Futebol de verdade
Metrô, depois trem e pronto, estava de novo em Madureira. Como tem o Engenhão no caminho e era dia de jogo do Botafogo, a Supervia colocou a composição mais nova no ramal. Trem chinês novinho, mas já imundo porque pessoas que o Brasil não conseguiu educar jogam tudo no chão, ignorando as pequenas lixeiras do vagão. Mas, com sujeira, já estamos acostumados, assim como com o verdadeiro camelódromo ambulante lá dentro. Duro mesmo foi ver a inadequação do novo trem às plataformas. Há um verdadeiro fosso a ameaçar os passageiros que entram ou saem. Um passo em falso e... na mesma semana uma mulher se acidentou ali.
Mas era dia de festa. Pelo menos para as cerca de 600 pessoas que foram ao estádio da Rua Conselheiro Galvão ver o Madureira enfrentar a Portuguesa de Desportos pela terceira divisão do futebol brasileiro.
Até um pretenso Bin Laden foi prestigiar a contenda. Apesar da cara de mau, estava em missão de paz.
De um lado, o lendário Madura, patrimônio carioca.
Mas, como não tinha nenhum Neymar ou Messi em campo (o mais conhecido era o zagueiro Bolívar, ex-Botafogo), a diversão para alguns foi comer umas frutinhas.
Mas era dia de festa. Pelo menos para as cerca de 600 pessoas que foram ao estádio da Rua Conselheiro Galvão ver o Madureira enfrentar a Portuguesa de Desportos pela terceira divisão do futebol brasileiro.
Até um pretenso Bin Laden foi prestigiar a contenda. Apesar da cara de mau, estava em missão de paz.
Só quando já estava dentro do pequeno estádio, chamado Aniceto Moscoso, descobri o que me levara até ali num sábado, acompanhado da minha santa mulher. Eu fui atrás de um futebol que não existe mais. Bem diferente do jogo fake visto pela TV, com jogadores milionários sem paixão em campo e mauricinhos e patricinhas nas arenas modernas e sem identidade em que os tradicionais estádios foram transformados. Eu queria ver de novo gente jogando a vida ou a morte em campo e povo, povão, ao meu lado numa velha arquibancada. Acho que eu saí em busca da minha infância, que não reencontro mais naquele que já foi o meu Maracanã.
Do outro, a Portuguesa paulista, vítima da divisão dos clubes de futebol em castas. Quem tem o grosso do dinheiro da TV fica por cima. O resto vai cada vez mais pra baixo. Talvez por isso os ânimos estivessem quentes em campo. E nem era verão em Madureira, imagine se fosse.
A torcida da lusa, fiel, vai aonde seu time for.
Mas, como não tinha nenhum Neymar ou Messi em campo (o mais conhecido era o zagueiro Bolívar, ex-Botafogo), a diversão para alguns foi comer umas frutinhas.
Se me pedissem para resumir o programa, eu diria que é um luxo para poucos.
Poucos e alegres amantes do verdadeiro futebol...
Ah, a Portuguesa ganhou de 2 a 1.
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Não troco um passeio desses por nenhum "passeio" em nenhum shopping.
ResponderExcluirCury
Bolívar. Zagueirão. Foi do time que encontraria Seedorff lá na frente. Jogou ao lado de Renato, Andrezinho, Felipe Gabriel, Lodeiro e Rafael Marques - Vitinho estreou ali.
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